domingo, 30 de setembro de 2007

Achatina fulica praga agrícola e ameaça à saúde pública no Brasil



Segundo Celso do Lago Paiva o caramujo-gigante-africano Achatina fulica, grande molusco terrestre nativo no leste-nordeste da África, foi introduzido no Brasil como sucedâneo do “escargot” (Helix spp.).
Os animais dessa espécie se alastraram por quase todo o Brasil, estabelecendo populações em vida livre e se tornando séria praga agrícola, especialmente no litoral. Atacam e destroem plantações, com danos maiores em plantas de subsistência de pequenos agricultores (mandioca e feijão) e plantas comerciais da pequena agricultura (mandioca, batata-doce, carás, feijão, amendoim, abóbora, mamão, tomate, verduras diversas e rami).
Achatina fulica pode hospedar ainda o verme Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença grave com centenas de casos já reportados no Brasil. Esta doença pode resultar em óbito por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal.
O descaso dos governos municipais, estaduais e federal pela situação e o incentivo desses governos à criação do molusco contribuem ativamente para o agravamento da invasão, dos danos agrícolas e da possibilidade da angiostrongilíase abdominal se tornar endemia rural e urbana. Os governos atuam, assim, contra os interesses da população.

Achatina fulica é espécie de molusco terrestre tropical, nativa no leste-nordeste da África (Simone, 1999)conhecida como caramujo-gigante-africano.
Adultos dessa espécie atingem 15 cm de comprimento de concha e mais de 200 gramas de peso total. No Sudeste do Brasil (São Paulo) os valores máximos são ao redor de 10 cm e 100 gramas.
Trata-se de espécie:
– parcialmente arborícola (pode se alimentar sobre árvores e escalar edificações e muros);
– extremamente prolífica (produz muitos ovos por ano: 50 a 400 ovos por postura e cerca de 500 ovos por ano, segundo a D.ra Norma Campos Salgado);
– ativa no inverno (em regiões de inverno úmido e pouco frio);
– herbívora generalista (polífaga, ou seja, come folhas, flores e frutos de muitas espécies);
– resistente à seca;
– resistente ao frio hibernal;
– canibal (devora ovos e caramujos jovens da mesma espécie), aparentemente para sobreviver temporariamente em ambientes pobres em cálcio (necessário para a concha: animais parcialmente calcífilos);
– sobrevivente em muitos meios naturais e antrópicos (florestas e capoeiras, bordas de florestas, caatingas, brejos e outras áreas de vegetação nativa, áreas de cultura – especialmente hortas e pomares, plantações abandonadas, terrenos baldios urbanos, quintais e jardins).
Ovos depositados por Achatina no inverno de 1999 em laboratório, Campinas SP (5-6 mm de comprimento por 4-5 mm de largura)

Praga agrícola

Nos inúmeros países em que foi introduzida pelo homem, Achatina fulica tornou-se praga de culturas, ou foi constatada se alimentando de folhas, flores, frutos ou casca caulinar de muitas espécies de plantas.
Os pequenos agricultores já são geralmente não-cooperados, e sistematicamente desprezados pelos governos municipais, estaduais e federal em suas necessidades logísticas, agrícolas, educacionais e sanitárias; agora assistem em várias regiões do país à invasão de suas culturas por mais esta praga, de populações e danos crescentes.
Isso poderá contribuir para acentuar sua marcada precariedade econômica e a miséria do campo.
As conseqüência de todas essas pressões sobre os pequenos produtores rurais são a crescente concentração da terra (formação de latifúndios), o êxodo para cidades já hipertrofiadas, a redução na oferta de alimentos, a importação de alimentos o aumento dos preços dos alimentos.

Introdução no Brasil

Produtores brasileiros de “escargots” (caracóis europeus do gênero Helix) importaram Achatina fulica para criação como sucedâneo dessas espécies, sem nenhuma preocupação com os possíveis danos à agricultura, às florestas e à saúde pública que caramujos escapados de suas criações pudessem causar.
Achatina fulica tem sido também impensadamente criada como isca para pesca em pesqueiros comerciais (“pesque-pagues”), ao longo dos cursos-d’água.

Importante

Indivíduos de Achatina tem escapado desses criadouros para a vida livre em diversos Estados brasileiros, e muitas vezes soltos por criadores que desistiram da criação (ao verificar o insucesso comercial da iniciativa).

Importante

Caminho inverso realizam alguns criadores que coletam indivíduos ferais (asselvajados, em vida livre) de Achatina para levá-los aos criadouros experimentais e comerciais.

Importante

Uma vez estabelecidos em dada região, os caramujos são dispersos involuntariamente por veículos (especialmente trens e caminhões) e em meio à carga.
Deve-se lembrar que em muitos países os próprios “escargots” (Helix spp.) tiveram a criação e importação proibida pela possibilidade de se tornarem importante praga agrícola, especialmente em hortas (Canadá e Estados Unidos, por exemplo).
Nas regiões sub-tropicais do Brasil (Estados do sul) o “escargot” Helix aspersa já é praga de hortas, sendo a intensidade de ataque maior nos últimos anos.
Criadores do falso “escargot” (Achatina fulica) alegam que a produção atende a interesse social, por ser nova opção de fonte de proteínas para a população. A alegação é, além de falsa, tendenciosa:
1. a fonte de alimento é restrita, pois a densidade de criação é muito baixa por unidade de área, se comparada a alimentos protéicos vegetais (feijão, amendoim, soja, folha de mandioca, sementes de babaçu e de macaúba e outros);
2. os custos de produção são grandes (muito maiores que o da carne de frango, de bovinos e de peixes), gerando produto de valor elevado, acessível apenas para consumidores que podem comprar produtos finos, como “escargot” (Helix), ostra, mariscos, salmão, atum, camarão-da-malásia, faisão, codorna, bobby-white, javali, coelho, capivara, jacaré e outras iguarias; a carne de acatina será sempre artigo de luxo, disponível apenas para a elite econômica.

Achatina e saúde pública

O encontro de A. fulica em vida livre no Brasil também é importante por se tratar de espécie envolvida na transmissão do verme Angiostrongylus cantonensis (= Parastrongylus cantonensis, nematóide ainda não assinalado no Brasil, mas presente em Cuba) causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana (ou angiostrongilose meningoencefálica ou meningite eosinofílica) (Teles e Fontes, 1998).
Achatina fulica pode hospedar ainda o verme Angiostrongylus costaricensis, agente da angiostrongilíase abdominal (ou angiostrongilose abdominal), doença grave com centenas de casos já reportados no Brasil. Esta doença pode resultar em óbito por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal.
A infectologista Silvana Carvalho Thiengo (Fundação Oswaldo Cruz) constatou infestação de indivíduos de “escargot” Helix pomatia por Angiostrongylus costaricensis (com. pes., 20 jul. 2001).
A identificação do verme em amostras de tecidos (de necrópsias ou biópsias) é difícil ovos do verme não aparecem nas fezes dos pacientes e a própria zoonose é desconhecida da maioria dos médicos sanitaristas e patologistas. Os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças.

Importante

Fato já verificado algumas vezes é a presença de indivíduos de Achatina em terrários de escolas, tendo sido coletados os exemplares em pelo menos um caso em área de vegetação natural.
A simples manipulação dos caramujos vivos por crianças (como em áreas de favelas peri-urbanas) pode acarretar contaminação, pois os vermes podem ser encontrados no muco corporal dos caramujos (inf. Horácio M. S. Teles, com. pes., mar. 2000).
Ao visitar hortas e pomares pode eventualmente contaminar verduras e frutas, e disseminar doenças das culturas (como comprovado experimentalmente).

Importante

O problema poderá ser intensificado, pois alguns criadores coletam indivíduos em vida livre) de Achatina para levá-los aos criadouros, sem saber se estão contaminados pela verminose.

Importante

Os pequenos agricultores das zonas tropicais do país já são cronicamente assolados por endemias e parasitoses: aftosa, ancilostomíase (“amarelão”) e mais verminoses intestinais, berne, esquistossomose (“barriga-d’água”), febre amarela, febre maculosa, leishmaniose (“úlcera-de-Bauru”), malária, mal-de-chagas, miíase (“bicheira”), pediculose (piolhos), escabiose (sarna) e muitas outras.
Sua situação sanitária é agravada pelo descaso governamental, que inclui a debilidade e dificuldades do ensino rural.
Agora os minifundiários (e funcionários de empresas rurais, peões, meeiros, agregados, castanheiros e mais coletores, seringueiros, indígenas e suas famílias) correm o risco de possíveis endemias de angiostrongiloidíase abdominal.
Esta parasitose é muitas vezes fatal, incurável e de difícil diagnóstico e controle, por ter a Achatina populações asselvajadas em muitos ambientes vizinhos aos assentamentos rurais (áreas agrícolas, retiros, povoações, sedes de sítios).
O fato de que animais domésticos (gado, galinhas, cães) também possam ser hospedeiros de agentes de endemias e nem por isso devam ser eliminados vem sendo utilizado por criadores de Achatina fulica como pretexto para que se tolere sua presença no Brasil sem qualquer controle governamental.
A alegação carece de fundamento, pois todos os animais domésticos podem ser vacinados ou sacrificados, mas as populações de Achatina asselvajadas estão quase totalmente fora do alcance de eventuais ações preventivas.
Caracóis e lesmas agrícolas e ratos domésticos, vetores e hospedeiros de Angiostrongylus, são relativamente fáceis de controlar com o uso de técnicas integradas modernas.
Esse fato assemelha-se à polêmica criada nas décadas de 1970 e 1980, quando as campanhas de erradicação da febre-aftosa no Brasil esbarraram na resistência de muitos criadores de gado bovino à vacinação de seus rebanhos (nem sempre pequenos). Isso fez com que houvesse permanentemente focos da endemias em muitas regiões.
Somente a ameaça da perda de receita pelo governo levou-o à ação enérgica, que agora inexiste com relação à Achatina e ao Angiostrongylus costaricensisis.

Importante

Achatina e febre-amarela/dengue

Segundo Mead (1979:32) foi constatado que na Tanzânia conchas de Achatina fulica mortos, cheias por chuvas, hospedavam pequenas populações de Aedes aegypti, mosquito vetor da febre-amarela (e da dengue e dengue-hemorrágica, no Brasil), e de outras espécies de mosquitos.
O fato foi confirmado pelo compilador desta página, tendo obtido larvas de Aedes sp. em conchas de Achatina mantidas cheias de água limpa (Campinas, São Paulo, área urbana, jan.-abr. 2001; dados em coleta) sob controle em laboratório.
Constatou-se nesse período média de 0,22 larvas de Aedes sp. por concha em cada lote analisado; a média foi de até 0,5 em fevereiro e 0,12 em abril.
Considerando-se que:
1.acatinas morrem frequentemente com a abertura voltada para cima;
2. nas regiões brasileiras onde a Achatina já se encontra em altas densidades ocorre tanto a dengue (endêmica – sempre negada – ou esporádica) quanto seus vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus;
3. essas regiões possuem estações com chuvas fortes e contínuas (planaltos do interior) ou regime de chuvas mais ou menos contínuo (litoral, Amazônia);
torna-se viável a predição de que o fato possa ter em breve importância epidemiológica significativa, de controle problemático.

Impacto sobre ambientes naturais

Tentativas ulteriores de controle químico e biológico e a proliferação de eventuais inimigos naturais introduzidos poderão levar à depressão de populações de caramujos nativos, como os Megalobulimus spp. (aruás) e Orthalicus spp. (caramujos-do-café), de baixa densidade ecológica, crescimento lento, reduzida fecundidade e hábitos alimentares especializados.
Sobre tentativas fracassadas de controle biológico de Achatina fulica, desastrosas para populações de moluscos nativos, leia-se Gould, 1993 e IUCN, s. d.
A D.ra Sonia Barbosa dos Santos (UERJ) confirmou que indivíduos de Megalobulimus cf. oblongus mantidos nas mesmas gaiolas que Achatina fulica, em laboratório, entraram em letargia, interromperam qualquer atividade e morreram em 15 dias. Essa interação pode se repetir em ambientes naturais, quando o molusco invasor atingir densidades altas ou, mesmo em densidades menores, se existir fator químico (alelopatia) envolvido.
Esse efeito, se confirmado em áreas naturais, pode levar à depressão de populações de espécies de Megalobulimus e de outras espécies nativas de moluscos, algumas delas, endêmicas e raras, antes mesmo de serem conhecidas pela Ciência.

Importante

Em laboratório constatou-se consumo de folhas e frutos de diversas espécies de plantas nativas do sudeste brasileiro (acantáceas, arecáceas, cactáceas, piperáceas, zingiberáceas) por indivíduos de Achatina fulica, prevendo-se o estabelecimento de populações desse molusco em áreas naturais, especialmente em bordas de florestas.
O impacto da espécie sobre nossas florestas implantadas e naturais e outros biomas (cerrados, caatinga, manguezais, restingas, capoeiras, catanduvas, campos, brejos, Pantanal, etc.) é imprevisível.

Para sanear a região, algumas regras devem ser obedecidas na Captura do Achatina fulica :

1) Somente adultos treinados devem recolher os caracóis.

Crianças e Adolescentes não devem participar das ações diretas do recolhimento do caramujo Achatina fulica.

2) O recolhimento sempre deve ser feito por pessoas treinadas ou em mutirão com os vizinhos, pelo menos da mesma quadra de quarteirão. O risco de re-infestação é alto e com certeza os caramujos retornarão ao seu quintal.

3) Recolher os caracóis sempre utilizando luvas descartáveis, sacos plásticos, na falta usar uma pá. Não ter o contato da pele diretamente com o caracol.

4) Os caracóis recolhidos devem ser incinerados, para isso utilizar uma vala, um tambor ou ainda uma fogueira cercada por tijolos ou blocos. Para grandes quantidades utilizar o carro incinerado da Prefeitura Municipal.

Extermínios não eficazes:


- A utilização do sal não é recomendado, o sal serve somente para salinizar o solo.

- Também não é recomendado o afogamento em balde com água e sal.

5) Os restos resultantes devem ser incinerado (queimados), enterrados, distante dos mananciais e poços de água. Jogar no lixo não é uma prática recomendável.

6) Não deixe pneus, latas, entulhos, plásticos, tijolos e telhas, madeiras, lixos em geral espalhados no quintal. Isso favorece a proliferação de Achatina fulica, e de outras pragas nocivas à saúde, como: ratos , baratas , escorpiões , aranhas , moscas , mosquitos como o Aedes aegypti (vetor da dengue).

7) Os caracóis nativos devem ser preservados.

OBS .: Não deixe crianças fazerem a captura, pois isto pode trazer problemas a saúde das mesmas.

Fonte consultada: http://www.geocities.com/lagopaiva/achat_tr.htm#resini

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

SOS CERRADO


O domínio dos Cerrados, que corresponde a 25% do território do Brasil, situa-se principalmente nos planaltos centrais do país, abrangendo, total ou parcialmente, os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Piauí, São Paulo e Roraima, além de certas áreas do Nordeste. Enquadra-se na categoria internacional de savanas e, fisionomicamente, possui grande semelhança com as formações desse tipo encontradas em outras regiões do mundo.

Os chapadões centrais ocupados pelo cerrado constituem a cumeeira do Brasil e da América do Sul, pois distribuem significativa quantidade da água que alimenta as bacias hidrográficas do continente. Dessa forma, exercem um papel fundamental para a manutenção e equilíbrio dos demais biomas, de tal sorte que o seu comprometimento poderá redundar em profundas alterações para os ecossistemas da Amazônia, do Pantanal, da Mata Atlântica, da Caatinga e da mata de Araucária. Algumas conseqüências disso já podem ser observadas, mas, provavelmente, ainda surgirão outras, que hoje desconhecemos totalmente.

Além desse aspecto, há ainda a considerar a enorme biodiversidade dos cerrados que em relação a alguns grupos taxonômicos, é até maior que o da Amazônia.

O cerrado serviu como local de assentamento de povos primitivos, contando-se registros de 15.000 anos ou mais, e depois sofreu um processo de colonização que conseguiu, em muitos casos, estabelecer relações de produção relativamente adaptadas às condições ambientais. No entanto, especialmente a partir da década de 1960, passou a sofrer um processo de ocupação intensa, privilegiando os sistemas de grandes propriedades, para a produção pecuária e, mais recentemente, para a produção de culturas de exportação e reflorestamento monocultural.

Diagnóstico


A forma atual de ocupação dos cerrados, realizada sem qualquer consulta ou participação da sociedade no processo, é uma face do modelo de desenvolvimento adotado no Brasil nas últimas décadas. Assenta-se no financiamento subsidiado e incentivos fiscais, na concentração fundiária, na utilização de pacotes tecnológicos, na implantação de infra-estrutura subsidiando o capital e na expulsão das populações rurais pela desestruturação de suas formas de produção.

O ecossistema do cerrado, visto como adequado para a expansão das atividades de exploração agropecuária e florestal vem sendo agredido e já destruído em cerca de 75% de sua extensão, principalmente através de:

• Desmatamento indiscriminado de sua vegetação e implantação de maciços homogêneos de eucalipto para a produção de carvão, a afim de abastecer as indústrias siderúrgicas que produzem ferro guza, exportado principalmente para o Japão, e de celuloses;

• Implantação de grandes extensões de pastagens homogêneas e monoculturas de exportação(Recentemente a Cana-de-acúcar) consumidoras de todo pacote tecnológico industrial: corretivos de solo, fertilizantes químicos, herbicidas, pesticidas e maquinaria pesada;

• Instalação de grandes projetos de irrigação com uso intenso e indiscriminado dos recursos hídricos e de energia;

• Instalação de grandes barragens ao longo dos principais cursos d’água, para fins de geração de energia elétrica.

Todas essas ações vêm provocando uma série de impactos ambientais e sociais, destacando-se entre eles:

• A redução drástica da enorme a ainda desconhecida biodiversidade existente nos cerrados;

• A degradação dos solos devido principalmente ao uso de maquinaria pesada, queimadas(cana-de-açúcar) e produtos químicos que deflagram e aceleram um processo de erosão e esterilização;

• A poluição e contaminação não só dos solos, mas também da água e, consequentemente de todos os animais (inclusive o homem) que dela se servem;

• Assoreamento e diminuição dos recursos hídricos superficiais e subterrâneo em função de todas as formas de desmatamento d cerrado, que devido à sua característica de baixo consumo de água e capacidade de infiltração de seus solos, funciona como uma “esponja” captadora e armazenadora de água. Em conseqüência é diminuída também a sua grande capacidade de dispersor de águas;

• Intensificação do processo de concentração fundiária com expulsão, migração e empobrecimento dos pequenos agricultores e trabalhadores rurais, gerando novos e insolúveis problemas nos médios e grandes centros urbanos;

• Desagregação das comunidades locais em seus valores culturais, usos, costumes e simbologia.

A conservação dos recursos naturais dos cerrados ,atualmente, é representada por diversas categorias de unidades de conservação, de acordo com objetivos específicos: oito parques nacionais, diversos parques estaduais e estações ecológicas, compreendendo cerca de 6,5% da área total de cerrado (Cerrado: caracterização, ocupação e perspectivas, Dias, 1990). Entretanto, esta extensão é ainda insuficiente e mais unidades de conservação precisam ser criadas para proteger a biodiversidade que esse magnífico e essencial bioma ainda preserva.
Fonte: RedeCerrado

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Poluição Atmosférica


É caracterizada pela presença de gases tóxicos e partículas líquidas ou sólidas no ar.
Os escapamentos dos veículos, as chaminés das fábricas, as queimadas estão constantemente lançando no ar grandes quantidades de substâncias prejudiciais à saúde.
Causas da Poluição Atmosférica

Os escapamentos dos veículos automotores emitem gases como o monóxido (CO) e o dióxido de carbono (CO2 ), o óxido de nitrogênio (NO), o dióxido de enxofre (SO2 ) e os hidrocarbonetos. As fábricas de papel e cimento, indústrias químicas, refinarias e as siderúrgicas emitem óxidos sulfúricos, óxidos de nitrogênio, enxofre, partículas metálicas (chumbo, níquel e zinco) e substâncias usadas na fabricação de inseticidas.
Produtos como os aerossóis, espumas plásticas, alguns tipos de extintores de incêndio, materiais de isolamento de construção, buzinas de barcos, espumas para embalagem de alimentos, entre vários outros liberam clorofluorcarbonos (CFCs).
Todos esses poluentes são resultantes das atividades humanas e são lançados na atmosfera.


Os efeitos

A emissão excessiva de poluentes tem provocado sérios danos à saúde como problemas respiratórios (Bronquite crônica e asma), alergias, lesões degenerativas no sistema nervoso ou em órgãos vitais e até câncer. Esses distúrbios agravam-se pela ausência de ventos e no inverno com o fenômeno da inversão térmica (ocorre quando uma camada de ar frio forma uma parede na atmosfera que impede a passagem do ar quente e a dispersão dos poluentes).
Os danos não se restringem à espécie humana. Toda a natureza é afetada. A toxidez do ar ocasiona a destruição de florestas, fortes chuvas que provocam a erosão do solo e o entupimento dos rios.
No Brasil, dois exemplos de cidades totalmente poluídas são Cubatão e São Paulo.
Os principais impactos ao meio ambiente são a redução da camada de ozônio, a potencialização do efeito estufa e a precipitação de chuva ácida.

A redução da Camada de Ozônio

A camada de ozônio protege a terra dos raios ultravioleta do sol, que são extremamente prejudiciais à vida. Ela está situada na faixa de 15 e 50 Km de altitude.
Os CFCs (clorofluorcarbonos) são compostos altamente nocivos a este escudo natural da terra. O CFC é uma mistura de átomos de cloro e carbono. Presentes no ar poluído, o CFC é transportado até elevadas altitudes quando é bombardeado pelos raios solares ocasionando a separação do cloro e do carbono. O cloro, por sua vez, tem a capacidade de destruir as moléculas de ozônio. Basta um átomo de cloro para destruir milhares de moléculas de ozônio (O3 ) formando um buraco, pelo qual, os raios UV passam chegando a atingir a superfície terrestre.
Em 1985 os cientistas descobriram um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida o qual continua se expandindo. A redução do ozônio contribui para o efeito estufa.

Efeito Estufa


É a elevação da temperatura da terra provocado pela introdução na atmosfera de excessivas quantidades de gases que o formam. O principal agente causador do efeito estufa é o gás carbônico (CO2 ) resultante da combustão do carvão, lenha e petróleo.
Esse efeito é semelhante à dos vidros fechados de um carro exposto ao sol. O vidro permite a passagem dos raios solares, acumulando calor no interior do veículo, que fica cada vez mais quente.

As conseqüências desse fenômeno são catastróficas como o aquecimento e a alteração do clima favorecendo a ocorrência de furacões, tempestades e até terremotos; ou o degelo das calotas polares, aumentando o nível do mar e inundando regiões litorâneas; ou afetando o equilíbrio ambiental com o surgimento de epidemias.

Chuva Ácida

A queima incompleta dos combustíveis fósseis pelas indústrias e pelos veículos produzem o gás carbônico junto com outras formas oxidadas do nitrogênio e do enxofre que são liberados para a atmosfera.
Juntando o dióxido de enxofre e o vapor d'água forma-se o ácido sulfúrico que cai sobre a superfície terrestre em forma de chuva.
As conseqüências disto são a acidez dos lagos ocasionando o desaparecimento das espécies que vivem neles, o desgaste do solo, da vegetação e dos monumentos.

Algumas medidas para solucionar os problemas da Poluição do Ar
- A existência de uma rigorosa legislação antipoluição, que obrigue as fábricas a instalarem filtros nas suas chaminés, a tratar os seus resíduos e a usar processos menos poluentes.
- Penalizações para as indústrias que não estiverem de acordo com as Leis;
- Controle rigoroso dos combustíveis e sobre seu grau de pureza;
- Criação de dispositivos de controle de poluição;
- Vistoria nos veículos automotores para retirar de circulação os desregulados. Nos modelos mais antigos a exigência de instalação de filtros especiais nos escapamentos;
- Aplicação de rodízio de carros diariamente;
- Incentivar as pessoas a deixarem seus carros em casa pelo menos dois dias, organizando assim, um sistema de caronas e a utilizarem mais os transportes coletivos;
- Melhoria e segurança no sistema de transporte coletivo;
- Recolhimento de condicionadores de ar, geladeiras e outros produtos que usam CFC;
- Incentivo às pesquisas para a elaboração de substitutos do CFC;
- Investimentos nas fontes alternativas de energia e na elaboração de novos tipos de combustíveis como o álcool vegetal (carros), extraído da cana-de-açúcar e do eucalipto, e do óleo vegetal (substitui o óleo diesel e o combustível para a aviação), extraído da mamona, do babaçu, da soja, do algodão, do dendê e do amendoim;
- Melhor planejamento das cidades, buscando a harmonia entre a natureza e a urbanização;
- Maior controle e fiscalização sobre desmatamentos e incêndios nas matas e florestas;
- Proteção e conservação dos parques ecológicos;
- Incentivo à população para plantar árvores;
- Campanhas de conscientização da população para os riscos da poluição;
- Cooperação com as entidades de proteção ambiental.

Fonte: http://ramirofrancisco.vilabol.uol.com.br/

sábado, 22 de setembro de 2007

Queimadas dizimam espécies e afetam equilíbrio ecológico


Número de queimadas já faz de 2007 'ano crítico'
Nos 20 primeiros dias de setembro, já foram registrados em todas as regiões do Brasil mais focos do que durante todo o mês de setembro de 2006.
Ocorrências dobraram em relação ao ano passado, segundo pesquisador do Inpe, com base em dados coletados por dez satélites. João Carlos de Faria

O aumento significativo da ocorrência de queimadas em todo o território nacional, resultado da estiagem prolongada e da baixa umidade do ar, já faz de 2007 um ano crítico, com perspectivas pouco animadoras. A avaliação é do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento de dados dos satélites que detectam focos de calor sinalizando queimadas.

Em agosto, esses satélites registraram 16.592 focos de incêndio no País. O número é mais que o dobro do constatado no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 8,2 mil focos. A situação é mais grave no Pará (5.020), Mato Grosso (4.665) e Rondônia (1.663). “Configura-se um ano atípico em relação aos anteriores. Vamos ter situações calamitosas em algumas semanas, se as coisas continuarem assim”, disse Setzer.
Ontem, a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, enviou alerta de baixa umidade do ar às Defesas Civis dos Estados da Bahia, do Maranhão, Piauí, Distrito Federal, de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Tocantins. Ontem e hoje, a umidade relativa mínima fica abaixo de 30%.

PRESERVAÇÃO

As queimadas em áreas de preservação ambiental aumentaram 43%, de janeiro a agosto deste ano, em relação 2006. Entre julho e agosto, o sistema de monitoramento indicou quase 6,5 mil casos em unidades de conservação federais e estaduais e reservas indígenas. “Essas são áreas onde não poderia ocorrer queimada de forma nenhuma”, alertou o pesquisador.

No geral, somente nos primeiros sete dias de setembro, foram 6.515 focos de incêndio. De quarta para quinta-feira, em 24 horas, os satélites observaram mais de 25 mil pontos de calor . Segundo Setzer, neste ano, a situação está crítica principalmente na região Centro-Oeste, onde a vegetação rasteira do cerrado facilita os incêndios, e em parte do Norte do País. Até a semana passada, o fogo havia destruído mais de 15% do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso.

Ontem, equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros de São José dos Campos (SP) conseguiram acabar com um incêndio que consumiu cerca de 60 hectares do Horto Municipal.

CONSEQUÊNCIAS

Os impactos dos incêndios florestais para a fauna e a flora dos locais afetados têm preocupado pesquisadores e entidades que trabalham no combate ao fogo. Segundo o coordenador do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Elmo Monteiro, os incêndios de grandes proporções vêm dizimando algumas espécies da fauna, especialmente no cerrado.

— Alguns animais conseguem se afugentar, dependendo da dimensão da unidade e o que está no entorno da unidade. Mas animais de grande porte e alguns que estão ameaçados de extinção morrem carbonizados —, lamenta Monteiro.

Ele lembra que, em Brasília, já foram identificadas mortes de antas e tamanduás-bandeira, que, por serem animais lentos, acabam ficando ilhados e morrem queimados.

Segundo Monteiro, o cerrado é uma vegetação acostumada ao fogo, e em outras épocas havia grandes áreas que podiam suprir os locais queimados.

— Hoje, com o processo de ocupação do cerrado, o pouco que queima já é danoso —, comenta.

De acordo com ele, essas áreas conseguem ter uma recuperação natural, e as regiões compostas por campos (um dos tipos de vegetação do bioma cerrado) se recuperam mais rápido, em cerca de dois meses. Mas as árvores e matas demoram décadas para se recuperar. Monteiro cita o exemplo de até árvores que guardam até hoje vestígios de uma queimada no Parque Nacional de Brasília, que consumiu 70% do parque em 1994.

O coordenador da Embrapa Cerrados, Roberto Alves, destaca os prejuízos das queimadas para o equilíbrio ecológico.

— Toda vez que se queima um local, afeta-se a biodiversidade desse local, que envolve todas as plantas, os animais, os microorganismos —, destaca.

Alves explica que o fogo pode afetar a cadeia alimentar de um local.

— Por exemplo, um animal que se alimentava de uma planta já não vai ter mais aquela planta para se alimentar, ou um animal que é predador e se alimenta de outro também não vai ter essa facilidade de encontrar o seu alimento —, disse.

Fontes:
O Estado de São Paulo
Correio do Brasil

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

POMBOS EM ÁREAS URBANAS


O pombo comum, cujo nome científico é Columba livia domestica, é uma ave exótica, que se originou da pomba das rochas, de origem européia, e foi introduzida no Brasil no século XVI.
São aves mansas, que se encontram em grande número nos centros urbanos, onde se adaptaram muito bem, devido a vários fatores, dentre eles a facilidade de encontrar alimento e abrigo.
Sua imagem está associada ao símbolo da paz, religião, e amor, o que a torna distante de ser considerada uma praga. No entanto, quando em grande número num determinado local, essas aves podem causar danos à saúde e ao ambiente.

Alimentação: têm preferência por grãos e sementes; entretanto, como não são exigentes, comem também restos de refeição, pão e até lixo.
Reprodução: no nosso clima e em boas condições de alimentação, colocam de 1-2 ovos por ninhada e podem ter 5-6 ninhadas ao ano. O tempo de incubação dos ovos é de 17a 19 dias.
Tempo de vida: nos centros urbanos, de 3 a 5 anos; em condições de vida silvestre, podem viver aproximadamente 15 anos.
Habitat: nos centros urbanos, vivem em torres de igreja, forros de casas, beirais, etc.
Predadores: os gaviões são os inimigos naturais; porém, como não estão em grande número nas cidades, o resultado dessa interação é insatisfatório como controle.

Problemas que os pombos podem ocasionar quando em grande número num local:

Entupimento de calhas e apodrecimento de forros de madeira; danos a monumentos históricos, antenas de TV e pintura de carros (devido à acidez de suas fezes); contaminação de grãos; acidentes aéreos ou terrestres.

MÉTODOS DE CONTROLE
Educativo
Baseia-se na orientação da população das cidades, alertando-a para que evite alimentar os pombos, pois tal hábito acarreta aumento exagerado do número de aves, com maior risco de transmissão de doenças e danos ambientais. Recomenda-se também evitar deixar restos de alimentos à disposição das aves, bem como manter o lixo acondicionado em sacos plásticos bem fechados. Essas medidas favorecem o controle do número de pombos: a diminuição de alimentos acarreta um menor número de ovos e filhotes.

Barreiras físicas
Este método baseia-se na utilização de telas, fechamento das aberturas por onde as aves adentram, com alvenaria ou outro material resistente; colocação de fios de nylon (de pesca) a aproximadamente 10 cm da base e presos nas extremidades por um prego; uso de pontas de arame em locais altos onde não haja acesso de pessoas; mudança do ângulo de inclinação da superfície de apoio das aves para 60 graus, entre outros.

Repelentes
Existem no comércio vários produtos, que são aplicados sobre telhados, beirais, etc. com o objetivo de afastar as aves do local. Sua ação se baseia no desconforto provocado pelo contato das aves com a substância, o que as faz se afastarem do local.

Anticoncepcionais
O Ornitrol, produto americano, é um inibidor da reprodução de pombos, mas pode também provocar a esterilização temporária de outros pássaros, caso haja uma utilização incorreta do produto. Recomenda-se sua utilização por técnicos da área pública, universidades e firmas especializadas em controle de pragas. Trata-se de milho coberto por uma camada de um quimioesterilizante, que impede a síntese da formação da gema do ovo, atuando também na espermatogênese. É indicado para cidades pequenas, e deve ser utilizado por um período de 2 anos para melhor se constatarem os resultados.
Todos os métodos de controle possuem suas vantagens e desvantagens; entretanto, o que se recomenda é a utilização de medidas integradas a fim de se obterem melhores resultados.
Fonte:
Rosiani Kakiuti Bonini
Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de São Paulo - SP
"O Biológico", vol. 60, n° 2 - XI RAIB
Para saber mais Clique aqui

terça-feira, 18 de setembro de 2007

DVA'S-Doenças Veiculadas pelos Alimentos


Segundo Antônio Antunes Pinto, os alimentos de origem animal ou vegetal, frescos ou processados, incluindo a água, podem veicular diversos microorganismos patógenos, causadores de diversas perturbações fisiológicas nas pessoas que os consomem, caracterizadas por um conjunto de perturbações gástricas, envolvendo geralmente, vômitos, diarréias, febres e dores abdominais, que podem ocorrer individualmente ou em combinação.
As doenças de origem alimentar podem ser provocadas por diversos grupos de microrganismos, incluindo bactérias, bolores, protozoários e vírus. As bactérias, pela sua diversidade e patogenia, constituem, de longe, o grupo microbiano mais importante e mais vulgarmente associado às doenças transmitidas pelos alimentos.
Em menor escala, os bolores podem também ser responsáveis por doenças alimentares, devido à possibilidade de crescimento de determinadas espécies, capazes de produzir toxinas fúngicas, as micotoxinas, na superfície dos alimentos, nomeadamente, naquelas situações em que as condições de conservação e armazenamento sejam defeituosas.
Dada a menor importância das doenças alimentares provocadas por vírus e protozoários, entendemos não ser relevante, nesta altura, tecer quaisquer considerações.
1 - Ecologia Microbiana dos Alimentos

A capacidade de crescimento e de sobrevivência dos microorganismos patógenos nos alimentos depende não só das características físicas e nutricionais do alimento, como também de um conjunto de fatores extrínsecos e intrínsecos ao próprio alimento, tais como: temperatura, pH, atividade da água e potencial redox, cada um dos quais pode ser manipulado convenientemente, de modo a impedir a contaminação e o crescimento de microrganismos patogênicos.
A maioria dos microrganismos, cuja patogenicidade no homem depende da sua presença, sob a forma viável, nos alimentos, são relativamente sensíveis às altas temperaturas e, por isso, são perfeitamente destruídos pelo cozimento adequado dos alimentos, eventualmente contaminados, ou pelos processos de pasteurização.
Por outro lado, existem outras espécies bacterianas, que produzem esporos altamente resistentes ao calor (endósporos), que podem resistir aos processos normais de cozedura ou de pasteurização e que produzem potentes toxinas nos alimentos, se houver condições favoráveis ao seu crescimento. Estão neste caso algumas espécies dos gêneros Bacillos e Clostridium que provocam intoxicações alimentares, devido à ingestão de alimentos com toxinas pré-formadas (exotoxinas), produzidas e liberadas por aqueles tipos bacterianos.
A temperatura influencia de forma decisiva o crescimento da atividade microbiana nos alimentos. Assim, o Clostridium perfringens pode crescer num intervalo de temperatura compreendido entre os 15º C e os 50º C, pelo que, a conservação de alimentos a temperaturas de refrigeração é suficiente para inibir o crescimento desta espécie causadora de infecções alimentares. As espécies do género Salmonella, responsáveis por importantes infecções veiculadas pelos alimentos, possuem uma temperatura mínima de crescimento de 7º C, o que significa um valor superior às temperaturas de refrigeração comerciais, mas o mesmo poderá não acontecer nos frigoríficos domésticos, pois a conservação de carnes frescas (vermelhas e brancas) por refrigeração de uso doméstico poderá não impedir o crescimento de Salmonella spp. Refira-se que o tempo médio de refrigeração de Salmonella spp. a 10º C é de aproximadamente 10 horas, o que significa que a população destas bactérias pode aumentar 100 vezes em menos de 6 dias. A espécie Staphylococcus aureus e algumas estirpes de Clostridium botulinum não crescem a temperaturas inferiores a 10º C, mas o C. botolinum tipo E pode crescer a temperaturas da ordem dos 4º C.

2 - Infecções alimentares de origem bacteriana
Entende-se por infecção alimentar a doença produzida por bactérias capazes de crescerem no interior do trato gastrointestinal e de onde são capazes de invadir os tecidos ou os fluídos orgânicos do hospedeiro, ou de produzir toxinas (enterotoxinas). As infecções manifestam-se pela invasão das mucosas ou pela produção de enterotoxinas (toxinas que atuam no intestino), de cuja interação se criam condições patológicas que resultam em doença. Os principais géneros e espécies bacterianas envolvidos neste mecanismo são os seguintes:
Escherichia
Este gênero inclui uma única espécie bacteriana, a E. coli, porventura o ser vivo mais estudado e mais conhecido do Homem. Constitui um habitante normal do intestino do Homem e dos outros animais e só em determinadas situações pode causar infecções.
Praticamente todos os alimentos, quer de origem vegetal, quer de origem animal que não tenham sido objetos de processamento, podem veicular a E. coli, desde que, em algum momento, tenham sido sujeitos a poluição fecal. Um dos casos mais alarmantes de infecção alimentar por E. coli ocorreu nos Estados Unidos, nos anos 80, por ingestão de queijo Camembert contaminado.
Sintomas
Os principais e mais frequentes sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de diarréias, febre e náuseas que, normalmente, aparecem 6 a 36 horas após a ingestão do alimento contaminado.

Salmonella
O gênero Salmonella inclui várias espécies patogênicas para o homem e outros animais. Tal como a E. coli, este género pertence à família das Enterobacteriaciae e os principais focos de infecção são as fezes humanas e de animais. Nas espécies mais importantes incluem-se o agente da febre tiróide, S.typhi, e as espécies mais associadas às infecções alimentares têm sido identificadas como S. typhimurium, S. enteritidis e S. newport, correspondendo à S. typhimurium a responsabilidade pelos maiores incidentes. Esta última espécie produz uma enterotoxina de natureza lipopolissacarídica com elevado peso molecular. Os alimentos mais susceptíveis à contaminação por Salmonelas são o leite, queijos, chocolates, carnes frescas, nomeadamente, carcaças de aves.
Sintomas
Os sintomas mais frequentes caracterizam-se pelo aparecimento de diarréias, dores abdominais, febre e vômitos. Estes sintomas aparecem, normalmente, entre 12 a 36 horas após ingestão dos alimentos contaminados.

Shigella
O género Shigella, tal como os géneros anteriores, pertence à família das enterobactérias, Gram negativos e anaeróbios facultativos. As espécies deste género são os agentes causais da disenteria bacilar no Homem, tendo-se isolado quatro espécies associadas a esta doença no Homem: S. dysenteriae, S. boydii, S. flexneri e a S. sonnei. Estas espécies são restritas aos humanos, sendo a poluição fecal a sua principal via de contaminação e dispersão.
Sintomas
Os principais sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de diarréias, fezes sanguinolentas e com pus. Estes sintomas aparecem, normalmente, entre 1 a 3 dias após a ingestão de alimentos contaminados.

Yersínia
Este género possui as características gerais dos anteriores, pois inclui-se também na Família das Enterobacteriaciae, destacando-se a espécie Y. enterocolitica, como causadora de infecções alimentares por ingestão de alimentos constituídos à base de leite e de carnes brancas. Durante os anos 80, uma infecção alimentar por ingestão de chocolate de leite ocorreu numa Escola dos Estados Unidos, envolvendo mais de 200 crianças.
Sintomas
Os principais sintomas manifestam-se pelo aparecimento de dores abdominais, náuseas, diarréia e vômitos, aparecendo de 16 a 48 horas após a ingestão dos alimentos.

Vibrio
O género Vibrio, da Família das Vibrionaceae inclui duas espécies patogeneas para o Homem, nomeadamente,o V. cholerae, responsável pela cólera, e uma outra espécie halofílica, bem adaptada aos ambientes marinhos, designada por V. parahaemoliticus e associada às infecções alimentares por ingestão de peixe, moluscos e crustáceos contaminados.
Sintomas
Os principais sintomas de infecções provocadas por V. parahaemoliticus são: desidratação provocada por diarréias excessivas, dores abdominais, vômitos e febre. Estes sintomas aparecem normalmente entre 12 a 18 horas após a ingestão dos alimentos contaminados.

Brucella
Este gênero é costituído por pequenos cocobacilos Gram negativos e aeróbios. As três espécies deste gênero com capacidade de produzir doença no Homem e animais são a B. abortus (bovinos), a B. melitensis (caprinos) e a B. suis (suínos). Quaisquer destas três espécies tem capacidade de infectar o Homem, sendo a via preferencial por ingestão de leite e/ou lacticínios (queijos frescos) provenientes de animais infectados, originando a conhecida febre de Malta.
Sintomas
Os principais sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de dores musculares generalizadas, cefaléias, calafrios e febre ondulante. Esta doença caracteriza-se pelos longos períodos de incubação que possui, cerca de 5 a 30 dias ou mais.

Clostridium
Este gênero inclui a espécie C. perfringens também conhecida por C. welchii, responsável pela produção de uma enterotoxina de natureza protéica, de elevado peso molecular e sensível ao calor. Possui como habitats preferenciais o solo, sedimentos de águas marinhas ou doces e o intestino de animais e do Homem.
As infecções por Clostridium perfringens estão normalmente associadas com a ingestão de pratos de carne ou frango pré-cozinhados que não sejam adequada e rapidamente refrigerados, permitindo assim a germinação dos esporos que sobrevivam à pré-cozedura. Note-se que esta espécie, após a germinação dos esporos, tem capacidade de crescer a uma temperatura de 45ºC e a pH 7, com um tempo de geração muitíssimo pequeno, da ordem dos 10 minutos. Isto significa que com esta capacidade de crescimento uma só célula pode originar uma população superior a 250.000 células em 3 horas !...
Sintomas
A sintomatologia por infecções de C. perfringens é caracterizada pelo aparecimento de diarréias, dores abdominais e náuseas. Geralmente, não ocorrem vômitos nem febres. Usualmente, estes sintomas iniciam-se entre 8 a 20 horas após a ingestão dos alimentos contaminados.

Compylobacter
Destaca-se, neste gênero, a espécie C. jejuni, como responsável por enterites agudas, numa escala comparável às provocadas pelas salmonelas. Possui como habitats preferenciais o trato intestinal e oral de animais, como ovinos, aves, cães e gatos. As infecções alimentares associadas a esta espécie têm ocorrido pela ingestão de produtos lácteos
Sintomas
Os principais sintomas manifestam-se por gastrenterites agudas e diarréias, aparecendo normalmente 2 a 10 dias após a ingestão dos alimentos.

Listeria
De grande importância em termos de saúde pública, encontra-se neste género a espécie Listeria monocytogenes, causadora de importantes infecções (listerioses), quer nos humanos quer noutros animais.
Encontra-se largamente distribuída na natureza, com particular incidência na matéria orgânica em decomposição. As infecções por L. monocytogenes encontram-se normalmente associadas a carnes frescas, em particular carne de porco e frango, ao leite crú ou deficientemente pasteurizado.
Sintomas
A sintomatologia é muito parecida com o quadro patológico da meningite, podendo provocar abortos em grávidas infectadas por esta espécie bacteriana. O aparecimento dos sintomas após a ingestão do alimento contaminado é muito variável e ocorre com particular incidência nos recém-nascidos e nos idosos.

3 - Intoxicações Alimentares de Origem Bacteriana
Por intoxicação alimentar entende-se o estado patológico provocado pela ingestão de alimentos contaminados por toxinas (exotoxinas), produzidas por microrganismos, como resultado do seu crescimento nos alimentos. São três as espécies bacterianas associadas às intoxicações alimentares, que passamos a descrever:
Clostridium botulinum
O C. botulinum é responsável pela doença conhecida pelo botulismo, intoxicação alimentar grave e, eventualmente, fatal, que afeta o homem causando perturbações neuroparalíticas. Esta espécie produz potentes toxinas de elevado peso molecular e termorresistentes. Estas toxinas apenas são destruídas pelo aquecimento a 80º C, durante 30 minutos ou a 100º C, durante 10 minutos. Conhecem-se sete toxinas botulínicas diferentes, classificadas de A a G, de acordo com a sua natureza antigénica.
Os alimentos mais sujeitos a serem contaminados pela produção destas toxinas são aqueles que sofrem alguns tratamentos térmicos com vista à sua conservação. Estão neste caso os alimentos enlatados, em conserva ou fumados, cujos tratamentos térmicos a que são sujeitos não permitem a destruição dos esporos do C. botulinum. Assim, os enlatados de vegetais e conservas de carnes elaborados em casa constituem os produtos alimentares de maior risco para a produção das toxinas botulínicas.
Sintomas
Os principais sintomas caracterizam-se pela perda de visão, dificuldades respiratórias e debilidade. Estes sintomas manifestam-se entre 18 a 36 horas após a ingestão dos alimentos. Note-se que após o aparecimento dos primeiros sintomas poderá surgir a morte dentro de um dia.

Bacillus cereus
Esta espécie apresenta células em forma de bastonetes, móveis, esporulados, Gram positivos e anaeróbios facultativos. Produz tanto uma enterotoxina, como uma exotoxina, dependendo da estirpe. A enterotoxina é de natureza proteica, termolábel, podendo ser destruída a uma temperatura de 60º C durante 20 minutos, enquanto a exotoxina é de natureza peptídica, termorresistente, exigindo para ser destruída uma temperatura de 126º C durante 90 minutos. Os seus habitats preferenciais são o ar, o solo, águas e diferentes alimentos de origem vegetal (cereais), lacticínios e produtos cárneos.
Sintomas
Os principais tipos de sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de vômitos, diarréias e dores abdominais. Os sintomas aparecem entre 1 a 5 horas após a ingestão do alimento contaminado.

Staphylococcus aureus
Esta espécie apresenta células de forma esférica, Gram positivos e anaeróbios facultativos. A sua presença nos alimentos pode provir dos próprios manipuladores de alimentos portadores de infecções piogênicas ou de portadores assintomáticos que alojam estas bactérias no nariz, na garganta ou à superfície das mãos. Produz uma exotoxina termorresistente, não afectada pela exposição a uma temperatura de 100º C, durante 30 minutos. Os alimentos mais susceptíveis à produção da toxina estafilocócica são os cremes deficientemente armazenados e refrigerados, carnes preparadas, sanduíches e mesmo leite, se incorretamente refrigerado.
Sintomas
Os principais sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de náuseas, vómitos, dores abdominais e diarreia. Aparecem entre 2 a 6 horas após a ingestão do alimento contaminado.
Fonte: http://www.ipv.pt

domingo, 16 de setembro de 2007

Diabetes: Um mal silencioso


O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveiscomo sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo.Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, o número de portadores da doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar 350 milhões de pessoas em 2025. No Brasil são cerca de 6 milhões de portadores, a números de hoje, e deve alcançar 10 milhões de pessoas em 2010.

TIPOS DE DIABETES(classificação etiológica)
Os tipos de diabetes mais freqüentes são o diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil, que compreende cerca de 10% do total de casos, e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos. Outro tipo de diabetes encontrado com maior freqüência e cuja etiologia ainda não está esclarecida é o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal.

Diabetes tipo 1
O termo tipo 1 indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte.
A destruição das células beta é geralmente causada por processo auto-imune, que pode se detectado por auto-anticorpos circulantes como anti-descarboxilase do ácido glutâmico(anti-GAD), anti-ilhotas e anti-insulina, e, algumas vezes, está associado a outras doenças auto-imunes como a tireoidite de Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva,principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos, (LADA, latent autoimmune diabetes in adults; doença auto-imune latente em adultos).

Diabetes tipo 2
O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A administração de insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose,mas alcançar controle do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou estresse muito grave.A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura.Em geral, mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência. Em alguns indivíduos, no entanto, a ação da insulina é normal, e o defeito secretor mais intenso.

Diabetes gestacional
É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada, geralmente se resolvendo no período pós-parto, mas retornando anos depois em grande parte dos casos.

Principais sintomas do diabetes
Os sintomas clássicos de diabetes são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda
involuntária de peso (os “4 Ps”). Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são:fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite e infecções de repetição.Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas como neuropatia,retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica.Entretanto, como já mencionado, o diabetes é assintomático em proporção significativa dos casos, a suspeita clínica ocorrendo então a partir de fatores de risco para o diabetes.

Prevenção
Está bem demonstrado hoje que indivíduos em alto risco podem prevenir, ou ao menos retardar, o aparecimento do diabetes tipo 2,impondo mudanças simples no estilo de vida, mudanças que reduzem 58% a incidência de diabetes em 3 anos. Outras mudanças como discreta redução de peso (5-10% do peso), manuntenção do peso perdido, aumento da ingestão de fibras, restrição de gorduras, especialmente, as saturadas e aumento de atividade física regular associada a uma reeducação alimentar apresentam resultados excelentes na prevenção do diabetes e manutenção da qualidade de vida de pessoas diabéticas.
SINAIS DE ALERTA
MUITAS PESSOAS TÊM DIABETES- E NÃO SABEM PORQUE NÃO APRESENTAM NENHUM SINTOMA. ISTO É BASTANTE FREQUENTE NO TIPO DE DIABETES QUE APARECE NO ADULTO (TIPO II).
Atenção! Se você:
- Tem parentes(pais, irmãos, tios,etc) COM DIABETES;
- Tem excesso de peso(especialmente do tipo abdominal);
- Tem vida sedentária(não faz atividade física):
- Tem mais de 40 anos e;
- Faz tratamento para pressão alta e tem colesterol e triglicerídios elevados;faz uso de medicamentos diabetogênicos(corticóides, anticoncepcionais,etc..)mulheres que tiveram filhos pesando mais de 4kg, ou abortos e/ou natimortos.
Estas são as principais condições de risco que favorecem o surgimento do Diabetes
Lembres-se: MANTER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL , PESO NORMAL E PRATICAR ATIVIDADE FÍSICA REGULARMENTE ,SÃO HÁBITOS SAUDÁVEIS DE VIDA, IMPORTANTES, QUE AJUDAM A PREVENIR O SURGIMENTO DO DIABETES TIPO-II
FONTE: Ministério da saúde

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Você tem sede de quê?


O modelo de desenvolvimento econômico adotado pela nossa civilização levou ao uso intensivo dos recursos naturais, sem preocupação com a sua destruição.A melhoria da qualidade de vida foi associada aos avanços tecnológicos, levando a um grande consumo de bens (e serviços). Este desenvolvimento tem aspectos que devemos valorizar, porém, também tem como conseqüência a crescente degradação ambiental, muitas vezes de forma irreversível.
Particularizando para a água, um dos recursos naturais fundamentais, imprescindível para todos os habitantes do planeta, o aumento da demanda, concomitante ao manejo inadequado, com sua conseqüente poluição e contaminação, está deixando-a sem condições de uso e comprometendo a vida no planeta. Frente a esta crise evidente, é nosso compromisso evitá-la ou, ao menos, minimizar os seus efeitos até que tenhamos meios eficazes de resolvê-la. Daqui a 25 anos, se nada for feito, 2,5 bilhões de pessoas não terão acesso à água potável (Brum apud Krüger e Lopes, 1997, p. 213).
A água é um elemento de vital importância para todas as formas de vida da Terra e está presente nas múltiplas atividades humanas, com os mais diversos fins, desde a água como maior constituinte do corpo humano (aproximadamente 65%) até o uso doméstico, agrícola e industrial.Ao abrir uma torneira e beber um copo de água não pensamos de onde vem esta água, entretanto milhões de pessoas fazem isso diariamente, usando a água para beber, cozinhar, lavar roupa, etc. Com o crescimento econômico, tecnológico e populacional as necessidades de água também aumentaram, a expansão urbana, a indústria, a pecuária intensiva, a produção de energia, passaram a exigir quantidades cada vez maiores de água.
De toda a água existente no mundo menos de 1% encontra-se disponível em rios e lagos, dos quais muitos se encontram poluídos e/ou contaminados de tal forma que o seu uso torna-se inviável. Desta maneira, a água potável merece atenção especial, por ser um produto escasso e com a demanda crescente.
Frente a estas argumentações, torna-se clara a importância da educação para auxiliar na tomada de consciência da responsabilidade e do direito de todos os cidadãos a um ambiente saudável, e a água em especial, não só para o presente, mas também para as futuras gerações. É preciso rever hábitos e atitudes, discutir necessidades e padrões de consumo. Faz-se necessário um novo paradigma, que busque a desaceleração do desenvolvimento e do consumo. E você é parte fundamental nessa luta. Veja o que você pode fazer na sua casa para mudar esse quadro:

No banheiro
As medidas necessárias para a utilização racional da água no banheiro são bastante simples e requerem apenas um pouco de atenção e organização nas nossas atividades. Esse esforço, somado ao suporte de sistemas e equipamentos mais modernos e econômicos, podem reduzir significativamente o desperdício.
1. Feche a torneira
Não deixe água limpa ir para o esgoto, enquanto escova os dentes ou faz a barba, por exemplo. Com essa simples medida, quem escovar os dentes três vezes ao dia economizará cerca de 36 litros de água. Em uma semana, serão poupados 252 litros, o suficiente para suprir mais do que o consumo aproximado de água de uma pessoa durante um dia inteiro.
2. Tecnologia ajuda
Se possível, utilize torneiras mais sofisticadas, que fecham automaticamente depois de um certo tempo, ou aquelas que são acionadas por sensores, que ficam abertas apenas durante o uso.
Já os dispositivos antigos de descarga dos vasos sanitários gastam cerca de 40% a mais do que os modernos, que dispõem do recurso Volume de Descarga Reduzido (V.D.R.).
3. Manutenção
Mantenha a válvula sempre regulada e conserte os vazamentos assim que eles forem notados. Uma torneira com defeito, ou mal fechada, gotejando durante um dia, gasta cerca de 46 litros de água.
4. Vaso sanitário não é lixeiraNão use a privada como lixeira ou cinzeiro. O consumo de água para escoar uma simples ponta de cigarro, por exemplo, será de 6 litros ou mais.
5. No banhoFeche o chuveiro enquanto se ensaboa. Adotando essa prática, ao passar xampu ou utilizar produtos de higiene e beleza, há uma economia de cerca de 96 litros de água.
Além disso, procure não tomar banhos demorados. Sete minutos no chuveiro são suficientes para um bom banho.
Para aumentar a economia, coloque um balde embaixo do chuveiro para armazenar a água enquanto esquenta. Essa água pode ser utilizada para outras atividades da casa, como colocar a roupa de molho ou lavar o quintal.

Na cozinha
O segredo é organizar o trabalho. O tempo médio necessário para lavar a louça de uma família é de 15 minutos. Se a torneira estiver aberta durante esse período, serão consumidos 243 litros de água. Com um método racional, pode-se gastar apenas 20 litros, uma economia suficiente para satisfazer todas as necessidades de uma pessoa durante um dia.
1. Lavando a louça
Antes de abrir a torneira, faça uma pré-limpeza, jogando fora os restos de alimentos que ficam nos pratos e panelas.
Para ensaboar, abra a torneira e encha a cuba até a metade. Com essa água, ensaboe a louça. Depois, encha a cuba novamente até a metade e enxágüe.
A água do enxágüe da louça pode ser usada para dar descarga nos vasos ou para lavar o piso do quintal. Se não houver gordura na água, você pode usá-la para colocar roupa de molho no sabão.
2. Frutas e verduras
Para lavar frutas e verduras, ponha um tampão na pia ou use um recipiente, ao invés de utilizar água corrente. Faça a desinfecção com cloro ou água sanitária de uso geral (uma colher de sopa para um litro de água, por 15 minutos). Depois, coloque duas colheres de sopa de vinagre em um litro de água e deixe por mais 10 minutos, para tirar o gosto do cloro e enxaguar.

Nas áreas externas
Nas áreas externas também é possível reduzir bastante o consumo, mudando hábitos e adotando pequenos truques.
1. Nos quintais ou calçadas


O melhor é o uso de baldes. A utilização de uma mangueira, com a torneira aberta em meia volta, durante 30 minutos gasta, no mínimo, 560 litros de água. Já se forem utilizados cinco baldes de dez litros, o que é suficiente para deixar uma grande calçada completamente limpa, serão gastos apenas 50 litros de água.
2. Regue as plantas com carinho
Use um regador para aguar as plantas em vez de mangueira. Assim, além de só jogar água onde é necessário, você pode olhar as plantas mais de perto.
3. Mantenha a piscina coberta
Uma piscina de tamanho médio exposta ao Sol e à ação do vento perde, aproximadamente, 3.785 litros de água por mês na evaporação. Isso é suficiente para suprir as necessidades de água potável de uma família de quatro pessoas por cerca de um ano e meio. Com uma cobertura apropriada, a perda é reduzida em até 90%.

Na lavanderia
A organização do trabalho é também o recurso mais adequado para poupar água, além de tempo e energia.
1. Por atacadoJunte a maior quantidade possível de roupas antes de ligar a máquina ou usar o tanque. Não lave uma peça por vez. A lavadora de roupa rende muito mais quando é utilizada cheia. O ideal é ligá-la no máximo três vezes por semana.
2. ReaproveitamentoNo tanque, deixe as roupas de molho e use a mesma água para esfregar e ensaboar. Renove a água apenas no enxágüe. A água do enxágüe pode ser utilizada para lavar o quintal, área de serviço ou banheiros.
Fonte: http://www.fisica.furg.br/

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Morcegos - Ordem Chiroptera


O nome Chiroptera origina-se de Chiro = mão e Ptero = asa, isto é, animais com a mão transformada em asa. É a segunda ordem em número de espécies, com cerca de 987 formas já conhecidas, cujo o número só é superada pela Ordem Rodentia, dos roedores, onde se incluem os ratos, esquilos, cutias, etc.
São os únicos mamíferos com capacidade real de vôo, propiciada pela membrana que une 4 dos 5 dedos do membro anterior, formando a asa. Outras espécies, como o esquilo-voador, apenas planam, após saltar de lugares altos.
Os morcegos ocorrem em todos os continentes, só não sendo encontrados nos pólos. São em geral pequenos, na grande maioria não excedendo 100 gramas de peso.
Apresentam hábitos crepusculares e noturnos e parte significativa das espécies orienta-se pela ecolocalização, emitindo sons de alta freqüência, inaudíveis ao homem, que ao esbarrar em algum objeto, retornam sob a forma de eco.

De acordo com a alimentação, podemos classificar os morcegos da seguinte maneira:
Onívoros - utilizam vários dos itens citados abaixo em suas dietas.
Frugívoros - comem os mais variados frutos, como mangas, bananas, amêndoas, figos, mamões, goiabas e principalmente frutos selvagens, como os gêneros Piper, Solanum, Cecropia (embaúba) etc. É muito comum vê-los em cidades, se alimentando em mangueiras e amendoeiras. São importantíssimos para as florestas tropicais, porque ao pegarem os frutos para comer, levam sementes para longe da planta-mãe, ajudando em sua dispersão e, conseqüentemente, na regeneração de áreas desmatadas.
Nectarívoros/polinívoros - são morcegos que, como os beija-flores (aves) se alimentam do néctar e do pólen produzidos por muitas flores, como o maracujá-de-restinga e o ipê, entre outras. Às vezes, estes morcegos podem ser vistos bebendo água com açúcar colocada em bebedouros de pássaros.
Folívoros - consomem folhas de diversas plantas, para complementarem suas dietas.
Insetívoros - alimentam-se de insetos, incluindo mosquitos, besouros, gafanhotos e mariposas. Por isso, têm importante papel no controle de algumas pragas agrícolas.
Carnívoros - caçam pequenos animais vertebrados, como ratos, pássaros, lagartos e até outros morcegos.
Piscívoros - comem pequenos peixes, como sardinhas e barrigudinhos.
Ranívoros - comem rãs, mas nenhuma espécie de morcegos alimenta-se exclusivamente de anfíbios. Um gênero que sabe-se ter esse hábito é o Trachops (Phyllostomidae), que também pode utilizar outros alimentos.
Hematófagos - são os famosos morcegos-vampiros. Eles se alimentam exclusivamente de sangue de vertebrados, sendo os únicos cordados (filo Chordata) a terem essa especialização. Há apenas três espécies no Mundo, que ocorrem apenas nas Américas. Duas atacam aves (Diphylla ecaudata e Diaemus youngii) e uma ataca aves e mamíferos (Desmodus rotundus).

Se você tem uma razão para não gostar de morcegos, nós temos dez para que goste !

1. Os morcegos são grandes controladores de insetos. Algumas espécies ingerem 200 ou mais insetos em apenas alguns minutos de vôo.
2. Os morcegos são responsáveis pela formação de florestas. Ao ingerir um fruto deixa cair as sementes em local distante do original, onde poderá nascer nova árvore. Mais de 500 pequenas sementes podem ser transportadas por um único morcego a cada noite.
3. Os morcegos ajudam na reprodução de mais de 500 espécies de plantas, visitando as flores como fazem de dia os beija-flores, transportando o pólen de flor em flor.
4. Há morcegos que se alimentam de pequenos animais, incluindo os roedores, que tanto prejuízo trazem à agricultura.
5. Os morcegos são largamente utilizados em pesquisas, incluindo a ação de medicamentos que no futuro serão empregados em benefício do homem.
6. As fezes de morcegos constituem excelente adubo que, foram largamente explorados, até o desenvolvimento dos adubos sintéticos.
7. Os morcegos têm sido analisados na utilização do sonar que poderá auxiliar o homem.
8. A saliva do vampiro, por ter forte ação anticoagulante, poderá ser largamente empregada para o tratamento de várias doenças vasculares.
9. Os morcegos são importante elo na cadeia alimentar.
10. O desaparecimento dos morcegos poderá resultar em desequilíbrio e os inconvenientes resultantes poderão ser piores que os causados pela simples proximidade destes animais.
Os morcegos são espécies silvestres e, no Brasil, estão protegidos pela Lei de Proteção à Fauna. Sua perseguição, caça ou destruição são considerados crimes.
Fonte:http://www.morcegolivre.vet.br/

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Tráfico de animais um problema de todos.

Foto: Roberto Cabral Borges

Quando se retira um animal da natureza, é como se quebrássemos ou, ao menos, enfraquecêssemos o elo de uma corrente. Lógico que somente um animal não faria falta mas, não apenas um e sim, centenas, milhares de animais são retirados por ano de nossas matas. Para se ter uma idéia, um caminhão rotineiramente utilizado no tráfico de animais transporta cerca de 1.000 espécimes (alguns chegam a transportar 3.000 animais). Basta, então, se perguntar: quantos caminhões estão rodando pelo país e quantos destes poderiam estar transportando animais silvestres em meio a sua carga?
Calcula-se que o tráfico de animais silvestres retire, anualmente, cerca de 12 milhões de animais de nossas matas; outras estatísticas estimam que o número real esteja em torno de 38 milhões. Todas estas estimativas, embora pareçam alarmismo e exagero, tomam outra dimensão quando consideramos o seguinte:
1. Quantas pessoas você conhece que possui ou já possuiu um animal silvestre (o papagaio da vovó, o pássaro preto do vizinho, o canário do amigo, o coleirinho na gaiola da venda etc);
2. As estimativas se baseiam, basicamente, no que é apreendido o que, infelizmente é ínfimo frente ao traficado;
3. Devido as condições em que são capturados e transportados, a taxa de mortalidade é altíssima;
4. Finalmente quanto maior for a população, caso não mudemos nossos conceitos maior será a pressão sobre os animais.

Foto: Roberto Cabral Borges
Ressalta-se que não somente o indivíduo capturado fará falta ao ambiente mas, também, os descendentes que ele deixará de ter. Assim, pode-se perceber o tamanho do impacto que a retirada de animais causa ao meio ambiente. Outro detalhe, muitas vezes esquecido, é que o impacto não se restringe à extinção da espécie capturada. Na natureza as espécies estão interligadas no que chamamos de teia alimentar, ou seja, os animais comem e são comidos por outros animais além de, também, se alimentarem de plantas, realizarem a polinização das mesmas e, muitas vezes, dispersarem suas sementes.
Qualquer pessoa que possua um cão sabe da alegria que o mesmo expressa ao saber que vai sair para passear. Um animal com milhares de anos de domesticação ainda se sente mais contente livre que dentro de um apartamento ou em uma casa. E um pássaro? Que embora possa voar, será condenado a passar toda sua vida em uma gaiola? Papagaios acorrentados e araras com as asas cortadas, será esta a melhor vida para eles?
Entretanto, o cativeiro não é a única tortura a que são submetidos os animais do tráfico, é simplesmente a última e perpétua pena. Durante a captura os mesmos são feridos, mutilados, além e transportados sem espaço, água ou comida o que culmina na morte de muitos durante o caminho.
A sua simples captura também pode resultar em muito sofrimento. O alçapão armado, a captura, o animal de debate, se joga contra as grades da gaiola, em vão. Ele não mais escapará, não mais será livre. Doravante, a prisão... a gaiola será sua moradia. O vôo será trocado por monótonos pulos de um poleiro a outro, dia a dia - toda a vida. Entretanto, não somente o animal capturado sofrerá; seu filhote continuará no ninho, piando... chamando... esperando, pelo pai, pela mãe, pelo alimento que não mais virá.

Como posso ajudar no combate ao tráfico?
Medidas pessoais:Não compre animais silvestres sem origem legal;
Não compre artesanatos que possuam partes de animais silvestres; salvo se o artesanato for certificado como procedente do manejo sustentável;
Denuncie traficantes;Ibama - linhaverde
Mesmo que fique com pena do animal nas mãos do traficante, não o compre, se o fizer você somente estará incentivando o tráfico;
Se tiver um animal silvestre não o solte simplesmente, entre em contato com a unidade do IBAMA mais próxima;
Fonte:Ibama

Para saber mais visite:
AprendeBrasil - Tráfico de Animais
Renctas

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Dengue


Definição: é uma doença viral de curta duração, gravidade variável, que ocorre nas áreas tropicais e subtropicais, onde há condições para o desenvolvimento do mosquito transmissor. Apresenta-se sob as formas de dengue clássico e dengue hemorrágica.

Agente etiológico: o vírus do dengue é um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) pertencente à família Flaviviridae que inclui aproximadamente 70 vírus, sendo que cerca de 30 causam doenças ao homem. Alguns exemplos desta família incluem os vírus da febre amarela, Encefalite do Oeste do Nilo, Encefalite de St. Louis, Encefalite Japonesa e Rocio. São conhecidos 4 sorotipos de vírus causadores de dengue, classificados como: 1, 2, 3 e 4. .

Vetores: são mosquitos culicídeos do gênero Aedes. A principal espécie transmissora é Aedes aegypti embora outras espécies como Aedes albopicutus, Aedes scutellaris e Aedes polyniensis tenham sido implicados principalmente na Ásia e na Oceania. Nas Américas não se verificou, até o momento, transmissão de dengue nas áreas em que se constatava a presença apenas de Aedes albopictus. A fonte de infecção e o hospedeiro vertebrado é o homem, embora tenha sido descrito, tanto na Ásia como na África, um ciclo selvagem envolvendo macacos. Alguns fatores extrínsecos como chuva, temperatura, altitude, topografia, umidade, condicionam a sobrevivência desses vetores. É considerada espécie domiciliada, sendo que sua convivência com o homem é favorecida pela utilização de recipientes artificiais para o desenvolvimento de suas formas imaturas, condição ecológica que torna esta espécie essencialmente urbana.

Ciclo evolutivo: os mosquitos adultos não apresentam grande dispersão, os machos costumam permanecer próximos aos criadouros, onde ocorre o acasalamento. As fêmeas apresentam hábitos diurnos e para maturação dos ovos, praticam hematofagia, apresentando de dois a três ciclos gonotróficos durante a vida e podem ovipor de 100 a 200 ovos por vez. Após a eclosão dos ovos, passam por quatro estágios larvais e a fase final de desenvolvimento aquático é representada pelas pupas. Em condiçðes ótimas, acredita-se que o período larvário pode completar-se em 5 dias, ou estender-se por semanas, em condições inadequadas.

Transmissão: ocorre pela picada do mosquito infectado (fêmeas). Após a ingestão de sangue infectado, transcorre, no inseto, um período de incubação intrínseca que pode variar de 8 a 12 dias. Após esse período, o mosquito torna-se apto para transmitir o vírus e assim permanece durante toda sua vida.

Período de incubação: no homem, o período entre a picada infectante e o aparecimento de sintomas pode variar de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias.

Período de transmissibilidade: ocorre quando houver vírus no sangue (período de viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento dos sintomas e vai até o 6º dia da doença.

Aspectos biológicos do vetor:
Ciclo de vida: Os mosquitos do gênero Aedes bem como todos os da família Culicidae, apresentam duas fases: aquáticas e terrestre.
Fase aquática: ovo, larva e pupa
Fase terrestre: mosquito adulto

Biologia
Ovo: os são depositados pelas fêmeas fora do meio líquido, próximo à superfície da água, ficando aderidos à parede interna dos recipientes. O período para o desenvolvimento embrionário dura, em condições favoráveis, de 2 a 3 dias para eclodir.
Larva: as larvas (4 estágios) são providas de grande mobilidade e têm como função primária o crescimento. Alimentam-se de detritos orgânicos, bactérias, fungos e protozoários existentes na água. A duração da fase larval tem condições de temperatura entre 25º C e 29ºC e boa oferta de alimentos, é de 5 a 10 dias.
Pupa: a pupa apenas respira e é dotada de boa mobilidade a duração da fase pupal, em condições favoráveis é de 2 dias em média.
Adulto: macho e fêmea alimentam-se de néctar e sucos vegetais, sendo que a fêmea, depois do acasalamento, necessita de sangue para maturação dos ovos.
O intervalo entre a alimentação sangüínea e a oviposição varia de 2 a 3 dias.
Duração do ciclo de vida: em condições favoráveis é de aproximadamente 10 dias, a partir da oviposição até à idade adulta.

Habitat: Ae. aegypti e Ae. albopictus proliferam em recipientes artificiais, localizados no interior das residências ou em suas imediações, preferencialmente contendo água limpa tais como: reservatórios de água, vasos de planta, latas, garrafas, pneus, bebedouros de animais, fontes ornamentais. Utilizam também reservatórios naturais como: ocos de árvores, bambus, cascas de cocô, axilas de plantas.

Medidas de controle e profilaxia
Podem ser dois tipos:

1. Controle mecânico: são medidas dirigidas aos recipientes, constituindo-se na sua remoção ou alteração de suas condições de maneira a não permitir o acúmulo de água e a proliferação das formas imaturas de mosquito.

2. Controle químico: consiste na aplicação de produtos químicos, de baixa a alta concentração nos locais de criação do vetor e em suas proximidades ou locais de abrigo e repouso, em doses previamente determinadas, para as diferentes técnicas e equipamentos utilizados, devendo ser executados por pessoal treinado.
Basicamente, pode-se dividir o controle químico em duas modalidades: larvicida e adulticida.

Educação em saúde
Atualmente há um consenso de que o êxito de qualquer programa de controle de Aedes depende da participação integrada da comunidade e com a cooperação dos cidadãos. Entretanto, para que este objetivo seja alcançado, deverão ser desenvolvidas estratégias de alcance nacional para:
sensibilizar os formadores de opinião para a importância da ação de comunicação/educação no combate ao dengue;
sensibilizar o público em geral sobre a necessidade de uma parceria governo/sociedade com vistas ao controle do dengue no país;
enfatizar a responsabilidade social no resgate da cidadania, numa perspectiva de que cada cidadão é responsável por si e pela sua comunidade.
Clique aqui para saber mais!!

Fonte:http://www.sucen.sp.gov.br/doencas/

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Tartarugas, jabutis e cágados.

As tartarugas, jabutis e cágados são animais que pertencem ao grupo Chelonia ou Testudines, que possuem carapaça dorsal arredondada e plastão plano unidos nas lados, mandíbulas e maxila com bainhas córneas. São ovíparos, colocando seus ovos em buracos no chão.
Em vista do habitat em que são encontrados, as espécies de quelônios podem ser divididas popularmente em três grandes grupos:
- as terrestres, conhecidas como jabutis;


- as de água doce, conhecidas como cágados;


- e as marinhas, conhecidas como tartarugas marinhas.



Tartarugas terrestres:

As tartarugas terrestres, vulgarmente conhecidas como jabutis, vivem exclusivamente na terra, vagando normalmente por áreas abertas como campos, cerrados ou savanas.
São animais lentos que se defendem escondendo-se dentro de sua carapaça, que tem o formato arredondado. Exemplo Geochelone carbonaria que vive no cerrado principalmente, o jabuti-tinga (Geochelone denticulata).

Tartarugas de água doce:

As tartarugas de água doce são conhecidas vulgarmente como cágados, sendo que muitas espécie têm o formato da cabeça de maneira que se recolhe lateralmente como "canivete".
Dentre as mais conhecidas tartarugas de água que ocorrem no Brasil estão: a tracajá (Podocnemis unifilis), conhecida em inglês com Yellow Spotted Sidenecked, e a tracajá-do-rio-negro (Podocnemis erythrocephala), em inglês chamada Red-headed Amazon Sidenecked Turtle, Cágado-de-barbela (Phrynops hilarii), a tigre-d’água (Trachemys dorbignyi) em inglês Orbigny’s Brazilian Slides.

Tartarugas marinhas

As tartarugas marinhas vivem em todos os mares subtropicais e tropicais do globo. São sete as espécies conhecidas, que variam de tamanho, sendo que a tartaruga-de-couro pode chegar a cerca de 650 kg, constituindo-se em um impressionante animal; são elas:
- Caretta caretta (cabeçuda; longgerhead turtle);

Distribui-se pelas regiões subtropicais e temperadas em todo o mundo.

- Chelonia mydas (tartaruga-verde; green sea turtle);
É encontrada em águas tropicais de todo o mundo.

- Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro; leatherback turtle);
Encontrada em todos os mares do mundo. Hábitos pelágicos.

- Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente; hawksbill turtle);
Distribui-se em todos os oceanos do mundo.

- Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva; olive ridley turtle);
Habita os oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.

- Lepidochelys kempii (tartaruga-de-Kemp; Kemp's ridley turtle);
Distribuição restrita ao Golfo do México.

- Natator depressus (tartaruga-de-casco-achatado; flatback turtle).
Distribuição restrita ao continente australiano.

Das sete espécies de tartarugas marinhas existentes no mundo, as cinco primeiras acima relacionadas podem ser encontradas nas águas do território brasileiro, porém, todas as espécies de tartarugas marinhas estão ameaçadas de extinção e constam do livro vermelho da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional para a Conservação da Natureza).

Causas de declínio das tartarugas:
Muitas espécies de tartaruga estão ameaçadas de extinção e os motivos principais são:

- as terrestres são animais lentos que são fáceis de se pegar, sendo objeto fácil do tráfego:
- são muito procuradas por sua carne, principalmente as tartarugas de rio e as do mar;
- destruição do habitat, principalmente o local de desova que deve ser uma praia sossegada, tanto de rio para as espécies de água doce, quanto litorânea em se tratando de tartarugas marinhas.
- poluição dos mares e rios;
- morte por afogamento em redes de pesca, principalmente as espécies marinhas.
Fonte: Projeto Tamar
Imagens: The Macdonald encyclopedia of Amphibians and Reptiles(M.E.A.R.)